As tatuagens são feridas na pele. Independentemente de todos os mitos à volta da arte, este é um facto, e quem faz tatuagens sabe, por experiência própria que é verdade! Mas quais são, afinal as consequências de uma tatuagem na pele e na saúde de cada um?
As tatuagens podem desencadear reações alérgicas na pele. Contudo, geralmente surgem apenas em pessoas com predisposição para alergias e, mesmo assim, ao fazer um antiinflamatório, a reação passa.
A causa destas reações alérgicas não surge do processo de tatuar mas antes da composição dos pigmentos utilizados. As tintas que apresentem metais alergénicos, como é o caso do crómio, o cobalto e o níquel, assim como os compostos carcinogénicos, como o cádmio e o mercúrio são as que têm mais probabilidade de causar reações. Porém, é de ressalvar que relativamente a estes últimos, não existem estudos que comprovem que aumentam o risco de cancro.
Eczema: associado a prurido, descamação da pele e rubor; comum quando utilizado o mercúrio e, por isso, mais frequente em tatuagens com vermelho; também pode ocorrer com o pigmento verde, azul, roxo e preto, apesar de menos frequente, consequentemente da adição de componentes a estas tintas; surge nas primeiras semanas e pode durar alguns meses após a realização da tatuagem;
Após exposição solar: tatuagens que apresentem cádmio, comum nas tintas amarelas e que pode também estar presente no vermelho, podem apresentar rubor, prurido e descamação quando expostas ao sol;
Reações granulomatosas, liquenóides e pseudo-linfomatosas: podem surgir com o pigmento vermelho e, com menos frequência, com o roxo, verde e azul; caracterizam-se pelo aparecimento de erupções cutâneas, em forma de vesículas e ocorrem passado um grande intervalo de tempo após a realização da tatuagem, podendo ir desde vários meses a anos.
Por último, é importante falar nos quelóides e nas cicatrizes hipertróficas. Estes não advêm de reações alérgicas, mas sim, do processo de cicatrização. As tatuagens são feridas abertas e, por isso, a regeneração dos tecidos é fundamental. Algumas pessoas podem desenvolver alterações nesse processo, nomeadamente a acumulação excessiva de colagénio o que gera relevo sobre a tatuagem. A diferença entre a cicatriz hipertrófica e o quelóide prende-se com o facto da primeira se limitar à área da ferida e diminuir, à medida que o corpo recupera da inflamação. Já o quelóide, para além de ir além da área lesionada, pode aumentar ao longo do tempo. Contudo, esta reação não pode ser prevista, pois varia de acordo com a predisposição genética de cada um.
A resposta a esta pergunta está no material utilizado para tatuar. A higienização do material e o uso de determinados equipamentos descartáveis aponta para um não, como resposta à questão anterior. Contudo, estúdios irresponsáveis e que não cumpram as regras de higienização, esses contribuem para um “sim” como resposta à questão das tatuagens promoverem o desenvolvimento de doenças.
Este aspeto é importante e é talvez a principal razão pela qual a escolha de um local profissional e qualificado para a realização de tatuagens deva ser ponderada.
A falta de higienização, assim como a não utilização de agulhas descartáveis ou então a não esterilização do material, são fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças graves, como a hepatite, a sífilis e o HIV. Estas doenças são transmissíveis através do sangue, pelo que, se um doente infetado for ao estúdio e o material utilizado, assim como todas as superfícies que possam conter gotículas de sangue, não forem devidamente desinfetados e/ou descartados, as pessoas que forem depois dele, para além de uma tatuagem para a vida adquirem também doenças para toda a vida!